Batgirl a heroína Girl Power

Batgirl/ Divulgação

Popular no mundo on e offline, a Batgirl agrada diferentes públicos e se tornou, após uma nova releitura, uma das heroínas mais famosas da DC. A musa teen dos super-heróis completou em janeiro deste ano 50 anos.

Batgirl nestas cinco décadas passou por muitos altos e baixos, mas, sem dúvida, ela nasceu para brilhar. A estreia da heroína foi no Detective #359, publicado em janeiro de 1967, sob o título de “A Estreia Milionária da Batgirl!”. A criação foi de Garner Fox e do desenhista Carmine Infantino.

Na edição, Batgirl era Bárbara Gordon que aliou-se a Batman e Robin (original) na luta contra os malfeitores que atuavam principalmente em Gotham City. Bárbara também se aliou a outros heróis do Universo DC.

Ao longo dos anos a personalidade de Batgirl mudou um pouco, já que diferentes personagens assumiram o papel da heroína. Mesmo assim, Bárbara se mantinha como a mais popular entre as garotas ajudantes do Batman. Muito pelo apelo social que a personagem tinha. Bibliotecária, solteira e feminista, sendo que sua criação foi impulsionada pelo forte movimento feminista da década de 1960.

Atualmente, após ficar muito tempo sem atuar como heroína, Barbara voltou a ser a Batgirl e desde o segundo semestre de 2016 suas histórias são assinadas por Hope Larson e Rafael Albuquerque (brasileiro).

As diferentes Batgirls

Cassandra Cain – Batgirl

A primeira Batgirl foi criada em 1961 era Betty Kane, sobrinha da Batwoman, Kathy Kane. A jovem heroína era apaixonada por Robin e não teve um apelo muito forte. Logo após, Betty se tornou Labareda e deixou a equipe para se integrar aos Novos Titãs da Costa Oeste. Depois de Crises nas Infinitas Terras, a DC estabeleceu que no Universo Betty Kane sempre foi Labareda, e nunca a auxiliar de Batman.

Após a saída de Bárbara (ver a seguir), Cassandra, a asiática, filha de Cain (assassino profissional e um dos professores de Batman) assumiu a função de Batgirl, sendo a segunda mais famosa a assumir o manto. Cassandra, assim como o pai, era uma assassina de alto padrão. Entre suas características estava o fato de ser muda e analfabeta, porém detalhes que não lhe impediram de lutar contra o mal.

Cassandra foi a primeira a usar o uniforme que cobria completamente todo o corpo, incluindo a face. E foi ela que estreou a primeira série mensal de Batgirl, em 2000. A revista chegou a 70 edições.

Stephanie Brown assumiu o manto de Batgirl, após Cassandra passar para ela a alcunha da heroína. Antes disso, Stephanie era conhecida como Salteadora e namorava um dos Robins. Em 2009, ela foi estrela na nova série mensal de Batgirl, que só foi encerrada após o início da publicação da heroína na série Novos 52.

Essas descritas foram as mais populares, mas muitas assumiram o papel da Batmoça, como Helena Bertinelli, a Caçadora; Charlotte Gage-Radecliffe, a Marginal; e Barbara Wilson, a sobrinha do mordomo Alfred (personagem do filme Batman & Robin, de 1997).

Bárbara Gordon

Bárbara nasceu de uma encomenda. Isso mesmo, a audiência da série televisiva do Batman (1966) não estava nada boa, mesmo depois de duas temporadas de sucesso. Foi quando o produtor William Dozier (1908-1991) acreditou que o que faltava a série era personagens femininos. Ele então foi falar com Julius Schwartz, o bat-editor da DC. Após uma longa conversa, Schwartz, que já tinha alguns personagens em mente incumbiu ao artista Carmine Infantino a criação da heroína.

Os produtores responsáveis pela série de TV viram os esboços das ilustrações que dariam vida a Batgirl e gostaram na hora, tanto que assim que viram as imagens começaram a planejar a confecção do uniforme da personagem. A primeira aparição de Bárbara Gordon em revista foi em janeiro de 1967, e em setembro ela estreou nas telinhas.

Doutora em biblioteconomia, bailarina, motoqueira, 30 anos, solteira e feminista. Essa era a Batgirl, pensada como reflexo do movimento feminista da década de 1960 e 1970. Ela lutava de forma independente contra o crime, algo que não agradava em nada o Batman, que era contrário as ações da moça.

Na TV ela ficou na série até o seu fim, naquele mesmo ano.

Nas revistas em HQ ela tornou-se a personagem principal das histórias secundárias da Detective Comics, e a posteriori, tornou-se a figura central de Batman Family.

Em 1980 sofreu o primeiro reboot. A década começava e cansada da forma que as heroínas eram tratadas nas HQs, a fã Barbara Kesel escreveu uma carta reclamação de 10 páginas ao editor-chefe da DC, Dick Giordano. Ele gostou tanto do que a jovem escreveu que acabou por contratá-la como roteirista passando para ela a responsabilidade de escrever as aventuras da Batgirl. Kensel acabou, anos mais tarde, tornando-se editora da DC, e seu envolvimento com Batgirl foi muito longo. Aliás, foi a editora a responsável por reescrever a história da origem de Bárbara, após Crise nas Infinitas Terras. Neste reboot, a personagem é sobrinha e filha adotiva do Comissário Gordon, que a adotou após a morte do irmão.

Em 1988, Batgirl ganhou um título só seu “Especial Batgirl”, era uma ironia. Após 21 anos, Barbara anunciou que penduraria a capa e se tornaria uma pessoa comum. Essa foi a forma encontrada para gerar empatia dos leitores e prepará-los para as mudanças que seriam feitas no futuro.

Naquele mesmo ano foi lançada Batman: Piada Mortal, de Alan Moroe e Brian Bolland, e foi nesta revista que aconteceu a grande mudança na vida de Bárbara Gordon. Ela conversava com o pai, quando a campainha do apartamento em que vivia tocou. Ao abrir a porta ela leva um tiro na barrida, dado por Coringa. Essa é considerada uma das cenas mais fortes da história. Além do tiro, o vilão tirou fotos da moça desacordada e nua, o que levou muitas pessoas a interpretarem que ela havia sido estuprada.

Após a tentativa de assassinato, Bárbara fica paraplégica. Para se ter ideia, a HQ não agradou o público, a crítica apontou a cena do tiro como clichê e uma forma de alavancar a história, e nem mesmo Alan Morooe gostou da revista.

Entre os que não gostaram de A Piada Mortal estava o casal Jonh Ostander e Kim Yale (1953-1997), roteiristas de Esquadrão Suicida. Eles conversaram com os editores da DC e demostraram que queriam adotar Barbara Gordan. A DC topou e a heroína tornou-se Oráculo, uma hacker que consegue todo o tipo de informação e disponibiliza aos heróis.

Após passar por vários grupos, Oráculo passa a trabalhar com Canário Negro, e pouco depois formaram um grupo Aves de Rapina, publicadas em revista mensal de mesmo título até hoje.

Novos 52

Em 2011, Batgirl ganha sua série em Novos 52. Após pesquisas, a DC concluiu que a melhor personagem para representar essa heroína repaginada seria Bárbara Gordon, pois foi a que mais marcou o público. Mas como fazer para ela voltar a ser a Batmoça?

Sobrou para a roteirista Gail Simone assumir essa responsabilidade. Na história, Bárbara passa por uma cirurgia experimental que reconstituiu a espinha cervical da personagem. A cirurgia deu certo, Barbara voltou a andar e a ativa com a capa de Batgirl, embora o trauma do tiro e do tempo que ficou paralisada ainda a torturasse.

Só que as aventuras da heroína não agradou muito os leitores, e depois de dois anos, a Batgirl foi novamente remodelada, desta vez por Brenden Fletcher, Cameron Stewart e Babs Tarr. A heroína ganhou um novo uniforme, foi rejuvenescida e ganhou uma nova casa.

Bárbara passa a morar em Burnside, um bairro hipster de Gordon City. Voltada ao público mais jovem, a heroína é gosta de redes sociais, usa roupas descoladas, é estudante universitária e envolvida com ativismo político. No princípio as histórias fizeram sucesso, fazendo os editores da DC a repensarem a histórias dos outros heróis.

Atualmente Batgirl tem uma série própria sendo os autores Hope Larson e Rafael Albuquerque. A intenção é manter a personalidade de Barbara, versão hipster, em aventuras diversas, com os problemas da juventude, viagens, diversão e etc. Bárbara também retorna as Aves de Rapina, na série intitulada Batgirl e Aves de Rapina.

Em outras mídias

Pode-se dizer que foi a televisão a responsável pelo nascimento da Batgirl, já que foi em razão da série Batman que a personagem foi criada. Na TV o papel da heroína ficou com a atriz Yvonne Craig (1937-2015).

Na década de 1990 ela roubou a cena nas séries animadas Batman e As Novas Aventuras do Batman. Os produtores Bruce Timm e Paul Dini orgulhavam-se em dizer que haviam conseguido levar para os desenhos animados a essência girl power de Barbara, nos anos 1960.

No cinema a estreia foi em Batman & Robin, em 1997. A Batgirl, Barbara Wilson, foi interpretada por Alicia Silverstone.

A heroína, de Barbara Gordon, reaparece na adaptação de Piada Mortal, de 2016, em longa-metragem. Uma das cenas que mais desagradou os fãs e a crítica em geral e a cena em que ela, após uma longa conversa com Batman, transa com o herói, no telhado de um prédio, além da cena em que Coringa tenta matá-la.

Em videogame a Batgirl não possuí um jogo que possa chamar de seu, apesar de fazer parte da franquia Batman nos últimos 16 anos.

Em brinquedo

Divulgação

Em 2016 Batgirl passou a fazer parte de uma coleção de bonecas, chamada DC SuperHero Gils. Nesta versão ela faz parte de um grupo de super-heroínas e vilãs, que se unem para combater o mal. Além dos brinquedos, elas também receberam uma série animada.